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imunologia

Pessoas com histórico de alergias podem tomar vacinas contra a covid-19?

Dra. Beatriz Corrêa, alergista e imunologista, explica o que pessoas alérgicas devem saber antes de receber a vacina

Publicado em 25/01/2021 às 03:58
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Dra. Cristianne de Macêdo Corrêa atende na clínica Dermato Care em Umuarama (Foto: Valmir Pessoa/Portal da Cidade Umuarama)

As vacinas, assim como qualquer imunobiológico, são consagradas pelas inúmeras vantagens inerentes à proteção da saúde, apesar dos potenciais riscos de eventos adversos que, na imensa maioria das vezes, são leves e controláveis.

A literatura médica exibe evidências de que os potenciais danos causados por vacinas não superam o risco individual e populacional das doenças por elas protegidas. Hoje, o maior anseio da ciência e da população mundial é que nos livremos das mortes e complicações causadas pelo novo SARS-CoV-21.

De forma geral, as vacinas são consideradas seguras, mas reações adversas podem ocorrer com qualquer vacina. Felizmente, as reações alérgicas graves que ameaçam a vida são raras em todas as faixas etárias.

A anafilaxia, que é uma reação grave, relacionada à covid, éum evento raro, com incidência estimada em 1,31 casos para cada 1.000.000 de doses de vacinas aplicadas (IC95%: 0,90-1,84).

É importante ter em mente o conceito de que as reações imunoalérgicas são antígeno-específicas, ocorrem após um contato prévio com o determinado antígeno (comumente uma proteína), que ocasiona hipersensibilidade e pode deflagrar diferentes sintomas de alergia no indivíduo. Portanto, é necessário investigar a composição da vacina e qual componente específico da vacina poderia estar relacionado à reação alérgica.

Em relação às vacinas covid-19, a ocorrência desse evento está sendo monitorada, e as evidências são limitadas até o momento. Há atualmente, em estudo, cerca de 20 vacinas que utilizando o vírus inativado ou partes dele (material genético), induzindo a produção de proteínas do vírus pela célula hospedeira sem infecção, mas com estímulo da resposta protetora do sistema imunológico.

Portanto, é importante esclarecer que as atuais vacinas contra a covid-19 estão passando por várias etapas de estudos, seguindo as clássicas fases clínicas 1, 2 e 3 de testagem em seres humanos, que avaliam eficácia e segurança, antes de seu licenciamento para uso em larga escala na população, denominada fase 4.

O diferencial é que essas fases foram aceleradas, seguindo normatizações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e entidades internacionais, diante da atual situação emergencial. Desta forma, as unidades de imunização devem estar preparadas para o atendimento de possíveis reações imediatas, que podem ocorrer com qualquer vacina.

A grande maioria dos pacientes alérgicos a medicamentos ou a alimentos não são alérgicos a algum componente específico da vacina. Porém, os pacientes com histórico de alergias graves a algum componente das vacinas ou a uma dose prévia de alguma delas, devem ser avaliados com cautela pelo especialista para decidir se esta deverá ser contraindicada, aplicada com supervisão médica.

Dra. Beatriz Helena Corrêa
Alergologista CRM 11.181 | RQE 20.034  

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