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CPI da Covid

Contador confirma propina a ex-secretária e ex-diretora de Saúde de Umuarama

Guilherme Roberto Pereira declarou que os valores pagos mensalmente eram de R$ 3 a 5 mil

Publicado em 24/08/2021 às 11:02
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contador Guilherme Roberto Pereira, que está detido desde o mês de maio, falou aos vereadores na manhã desta terça-feira (24) por meio de plataforma digital (Foto: Assessoria)

Durante a reunião da CPI da Covid realizada na manhã desta terça-feira (24) na Câmara Municipal de Umuarama, o contador Guilherme Roberto Pereira, preso durante a Operação Metástase, declarou que a ex-secretária municipal de Saúde, Cecília Cividini, e a ex-diretora municipal de Saúde, Renata Campagnole, recebiam propina de empresários que tinham contrato com o Fundo Municipal de Saúde.

Em seu depoimento, realizado via vídeo conferência, Guilherme destacou que os valores pagos mensalmente eram de R$ 3 a 5 mil. O contador não revelou quem fazia o pagamento. Guilherme está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O contador foi a primeira testemunha que confirmou os desvios dos recursos públicos da Saúde do município e citou os nomes dos beneficiários.

Os vereadores aguardavam ouvir a segunda testemunha ainda na manhã desta terça-feira (24). André Buratti, ex-administrador do Hospital Norospar, que está preso em regime domiciliar, confirmou presença na reunião da CPI da Covid, mas até o fechamento desta reportagem, André não havia comparecido na Câmara Municipal e a sessão estava suspensa.

O Portal da Cidade Umuarama tentou contato por telefone com as defesas de Cecília Cividini e Renata Campagnole, mas até publicação desta matéria, as chamadas não foram atendidas. O espaço segue aberto para manifestação das defesas sobre as acusações feitas pelo contador Guilherme Roberto Pereira.

Depoimento do contador Guilherme Roberto Pereira repercutiu em redes sociais como a do vereador Mateus Barreto, membro da CPI da Covid

Operação Metástase

A Operação Metástase é conduzida pelo núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e pelo núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidades do MPPR.

As investigações foram iniciadas no começo de 2020 e diante do envolvimento de suspeitos com prerrogativa de foro, também atua na apuração a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPPR.

Investigação

É investigada a atuação de uma organização criminosa suspeita de praticar os crimes de peculato e falsidade ideológica a partir de desvios na área da saúde no município de Umuarama, além de fraudes em licitações (direcionamento para empresas de interesse do grupo), fraudes em contratações diretas (também com favorecimento a empresas ligadas ao grupo), superfaturamentos e corrupção ativa e passiva (com depósitos em contas de investigados e de terceiros).

Os desvios somariam mais de R$ 19 milhões, de acordo com as investigações do Ministério Público.

O contador foi a primeira testemunha que confirmou os desvios dos recursos públicos da Saúde do município

Saiba de todas as informações sobre a operação nos seguintes links do Portal da Cidade Umuarama:

- Ataques ao dinheiro da Saúde de Umuarama eram sucessivos e semanais, diz MPPR

- Preso grupo suspeito de fraudar R$ 19 milhões da Saúde de Umuarama

- Casa de férias foi construída com dinheiro desviado da Saúde de Umuarama, diz MP

- Afastada da Saúde, secretária diz em nota que está com a 'consciência tranquila'

- MPPR aponta Alfredo Kaefer como beneficiário dos desvios da Saúde de Umuarama

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