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CIÊNCIA

Pesquisa busca identificar Leptospirose em rebanho bovino da região

Estudo científico é importante para a pecuária do Paraná, servindo como alerta para possíveis problemas sanitários nos rebanhos

Publicado em 08/10/2018 às 01:17
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No laboratório de Biologia Molecular, pesquisadora Daniela Dib orienta estudante Maria Augusta Bondezan (Foto: Unipar)

O atual cenário da pecuária nacional, com forte necessidade de globalização, resulta em aumento da comercialização internacional de animais, o que pode gerar a entrada de patógenos – bactérias, fungos, protozoários e vírus, que são capazes de causar diferentes doenças nos animais, como a leptospirose, que é uma importante doença infecciosa da esfera reprodutiva.

Preocupada com essa realidade, equipe de pesquisadores da Universidade Paranaense está realizando pesquisa que visa a identificar a leptospirose em bovinos de leite de pequenas propriedades rurais de regiões fronteiriças, com foco no isolamento bacteriano, aspectos sorológicos e caracterização molecular do agente etiológico.

Vinculado ao curso de Medicina Veterinária da Unipar, o projeto se justifica pela manutenção do intercâmbio científico entre o grupo de leptospirose do mestrado e doutorado em Ciência Animal da Unipar, o programa de pós-graduação em Ciência Animal da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa/Portugal. “Estas parcerias possibilitam o fortalecimento desta importante linha de pesquisa, além da qualificação profissional de pós-graduandos (mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos) e também alunos de iniciação científica”, garante a coordenada, professora Daniela Dib, agradecendo o auxílio financeiro que está recebendo do programa de Bolsa Produtividade em Pesquisa do CNPq nível 2 e da Unipar para desenvolver o projeto de pesquisa.

A pesquisadora, que é coordenadora do Programa de mestrado e doutorado em Ciência Animal com ênfase em Produtos Bioativos e também professora do curso de Medicina Veterinária da Unipar, diz que essas regiões fronteiriças têm grande possibilidade da entrada de diferentes patógenos por meio da entrada de bovinos trazidos clandestinamente ou não. “A identificação destes patógenos circulantes tem grande importância para a pecuária nacional, servindo como um alerta para possíveis problemas sanitários nos rebanhos e, consequentemente, na saúde pública”, defende.

“A identificação é feita por meio de diagnóstico bacteriológico, sorológico e molecular”, informa. O estudo está em andamento e com o resultado a equipe espera conhecer a real situação e melhor entendimento dessa enfermidade na região de fronteira entre o estado do Paraná e Paraguai (Salto del Guairá), para posterior ações de prevenção e educação em saúde para os produtores envolvidos.

Daniela Dib ressalta ainda que, além desse impacto ambiental, o resultado do estudo científico pode trazer um impacto econômico. “Com as instruções fornecidas aos produtores leiteiros espera-se uma redução dos casos da doença no rebanho, proveniente da indicação de aplicação de vacina em todos os animais da propriedade, manejo diferenciado dos animais, controle de roedores e de animais selvagens na propriedade e, principalmente, controle na compra e venda de gado e entrada de animais na propriedade sem conhecimento do status sanitário do animal, visando sempre o aumento da produtividade através da redução de problemas reprodutivos e redução dos gastos com medicamentos”, argumenta. 



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