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Saúde

Campo Mourão confirma dois casos de raiva bovina e tem outro sob investigação

Adapar faz um alerta aos produtores para que vacinem o rebanho contra a doença

Publicado em 11/04/2019 às 08:21

A raiva é transmitida pelo morcego hematófago, que se alimenta de sangue (Foto: Tribuna do Interior)

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), núcleo de Campo Mourão confirmou dois focos de raiva bovina e equina no município e está com outro sob investigação. Os animais infectados foram encontrados em uma propriedade rural na comunidade do Barreiro das Frutas e na região da usina hidrelétrica de Salto Natal. A médica veterinária da Adapar, Claudia Gebara, faz um alerta aos produtores para que vacinem o rebanho contra a doença. Vale lembrar que a raiva pode ser transmitida para o ser humano. 

Conforme a Adapar, não havia até então casos da doença na história do município. A raiva é transmitida pelo morcego hematófago, que se alimenta de sangue. “Campo Mourão nunca teve caso de raiva, tínhamos na região de Roncador, Altamira do Paraná, entre outras cidades onde há terrenos montanhosos”, falou. 

A médica veterinária explicou que o primeiro caso foi confirmado no dia 1º de março deste ano pelo Centro de Diagnósticos da Adapar, em Curitiba. O animal infectado foi uma bezerra encontrada doente em uma propriedade rural no Barreiro das Frutas. “Foram recolhidas amostras do cérebro do animal e encaminhadas para análise e a resposta veio positiva para raiva”, disse Claudia, ao comentar que o animal foi atacado por morcegos.

O outro caso foi registrado há cerca de duas semanas. Desta vez uma égua foi infectada pelo vírus em uma propriedade rural próximo a Usina Salto Natal, a cerca de seis quilômetros de onde houve o primeiro caso. “Recebemos notificação de que uma égua estava com sintomas suspeitos, recolhemos o material e encaminhamos também ao laboratório, que confirmou o resultado para raiva”, falou Claudia. Segundo ela, um terceiro caso está sendo investigado dentro da mesma propriedade. 

Após a confirmação da doença, fiscais da Adapar delimitaram uma área de 12 quilômetros dando atenção as propriedades que ficam a menos de três quilômetros dos locais onde foram confirmados os casos. “Estamos indo até estas propriedades e solicitando aos produtores para que vacinem urgente os animais contra raiva e façam uma vigilância observando se eles estão sendo atacados por morcegos”, explicou. 

A médica orienta que alguns sinais podem indicar se o animal está sofrendo ataques de morcegos. “É importante observar se os cavalos, as vacas, suínos ou ovinos tem sinais de ataques que podem aparecer no pescoço, embaixo do rabo, ou na veia da teta. Caso confirme isso deve entrar em contato com a Adapar urgente”, falou. 

O animal infectado com o vírus pode levar até seis meses para apresentar sintomas, sendo que após isso morre em até 10 dias, porém o período médio é de 90 dias para isso acontecer. A raiva atinge o sistema nervoso do animal, nos bovinos um dos principais sintomas é a paralisia, e em alguns casos ele pode também demonstrar fúria. 

Geralmente os primeiros sinais que podem ser observados é o afastamento do animal do resto do rebanho, coceira na região da mordida, perturbação dos sentidos, indiferença, baba espumante e viscosa com sinais de engasgo, movimento desordenado na cabeça, tremores musculares e ranger dos dentes. “Estes são outros sinais que produtor deve ficar atento. Caso apresente estes sintomas não manipular o animal e entrar em contato imediatamente com a Adapar”, ressaltou. 

De acordo com Claudia o fator de transmissão foi igual nos dois casos: em locais próximos a rios e cavernas. “Da primeira propriedade a segunda onde foram confirmados os casos, em linha reta são seis quilômetros e tem o rio que margeia uma reserva. Este é o fator de preocupação da gente, porque o morcego procura cavernas onde tem água”, observou. 

A médica ressaltou que a vacina é a forma mais eficaz de prevenção contra a doença e as doses são baratas ao produtor. Ele lembra que uma segunda dose dever ser reaplicada após 30 dias da primeira. Podem vacinar animais com idade de 3 meses em diante. “A Adapar está monitorando a situação, já fomos pessoalmente a todas as propriedades vizinhas de onde houve os casos e orientemos os produtores”, ressaltou.

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