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Preocupação

Região de Umuarama já registra neste ano 19 acidentes graves de trabalho

Dados são do primeiro quadrimestre. Em 2018, foram 100 registros e cinco mortes em decorrência dos agravos

Publicado em 26/04/2019 às 00:47

Sobre as ocupações que mais registraram acidentes ocupacionais graves, pedreiro ficou em primeiro lugar (Foto: Divulgação)

Na região de Umuarama nos últimos dois anos ocorreram 298 acidentes ocupacionais graves e sete mortes. Foram 179 agravos em 2017 com dois óbitos; 100 acidentes em 2018 com cinco mortes e 19 registros até abril deste ano, sem óbitos.  Os dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) são de registros feitos pela 12ª Regional de Saúde, que atende 21 municípios.

Segundo a Classificação Internacional de Doenças, as três principais causas de agravos foram circunstâncias relativas às condições de trabalho (173); contato com objeto cortante ou penetrante (13) e contato com máquinas ou equipamentos (10). Sobre as ocupações que mais registraram acidentes ocupacionais graves, pedreiro ficou em primeiro lugar, com 28 casos; auxiliar de pessoal em segundo, com 22, e servente de obras em terceiro, com 18 registros. 

Para o Engenheiro de Segurança do Trabalho, Edinei Aparecido Furquim, uma das grandes dificuldades encontradas tem relação direta com a falta de consciência do próprio trabalhador, pois em muitos casos há o que chamamos de sazonalidade, quando ele trabalha em uma empresa, sai e vai para outra. Porém, ao sair ele esquece todo o treinamento que recebeu e as orientações. “É estatisticamente comprovado que 75% dos acidentes são oriundos de atos inseguros dos próprios trabalhadores; 15% são os fatores pessoais de insegurança ( situações particulares fora do emprego) e 15 % devido as condições inseguras nas áreas de trabalho, reforça.”

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) tem o papel de verificar se o empregador está contratando profissionais ou empresas habilitadas que assumam a responsabilidade técnica pelos equipamentos instalados. No Conselho, 6.473 profissionais estão habilitados para a atividade, quase 60% a mais do que o registrado em 2010, quando haviam 3,8 mil Engenheiros especializados em Segurança do Trabalho. Na região Noroeste, são 504 profissionais habilitados para a função nas microrregiões de Maringá (310), Umuarama (50), Cianorte (49), Paranavaí (49) e Campo Mourão (46). Em 2018 a Regional Maringá do órgão fez 94 fiscalizações na Região Noroeste, neste ano até este mês, foram 32.  

De 2012 a 2017, quase 15 mil trabalhadores não voltaram para casa no Brasil, entrando para a estatística de vítimas de acidentes de trabalho, segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho. No período, foram quase 4 milhões de acidentes e doenças do trabalho, gerando R$ 26 bilhões somente com despesas previdenciárias e 315 milhões de dias de trabalho perdidos. Ao todo, no Paraná, foram 105,1 mil auxílios-doença por acidente de trabalho, com impacto previdenciário de R$ 917,6 milhões. Somente em 2017, 14 mil afastamentos foram registrados no Estado e 209 acidentes resultaram em morte.

Abril Verde

Diante do cenário crescente de acidentes e afastamentos de trabalho, o Crea-PR criou este mês o Comitê de Estudos Temáticos de Segurança do Trabalho. O objetivo é implantar um programa de incentivo e promoção das práticas legais e recomendadas de Engenharia de Segurança do Trabalho nos processos produtivos de empresas e empreendimentos de Engenharia, Agronomia e Geociências.

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