O
município de Umuarama registrou um aumento significativo nos casos de
conjuntivite, em março deste ano, comparado ao mesmo período de 2017 ou até
mesmo a todo o ano passado. Somente no último mês, foram atendidas 219 pessoas
com diagnóstico de conjuntivite, superando o total de atendimentos (207) de
2017.
Os
dados informados são do sistema MV/Consulfarma, uma vez que conjuntivite não
está entre as doenças de notificação compulsória (conforme a Portaria
204/2016). “Recebemos uma orientação da Secretaria de Estado da Saúde para notificar
ao Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) somente os surtos ou
casos inusitados”, explica a enfermeira Andréia Balan, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.
Conforme
os dados registrados, foram 207 casos ao longo do ano passado e, em 2018, as
ocorrências confirmadas somam 478 até a manhã desta quinta-feira, 12 – 64 casos
em janeiro, 68 em fevereiro, 219 em março e 127 até o momento, em abril, em
Umuarama (sede e distritos). A conjuntivite se caracteriza pela inflamação da
conjuntiva (membrana que recobre o globo ocular e a parte interna da pálpebra),
causada por agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus. A forma viral é
altamente contagiosa, mais frequente no verão e, apesar de não ser grave, provoca
muito incômodo.
Alguns
cuidados devem ser tomados para que a conjuntivite não se transforme em
epidemia. Ela geralmente compromete os dois olhos, não necessariamente ao mesmo
tempo. O contágio ocorre pelo contato direto com o doente ou objetos contaminados,
com maior facilidade em ambientes fechados como escolas, creches e ônibus.
Sintomas
– Os principais sintomas da conjuntivite são: olhos vermelhos e lacrimejantes;
inchaço nas pálpebras; intolerância à luz; visão embaçada; e às vezes, visão
borrada. A secreção da conjuntivite viral é mais esbranquiçada, em pequena
quantidade e demorando aproximadamente 15 a 20 dias para desaparecer com
tratamento adequado. A secreção da conjuntivite bacteriana é mais amarelada e
abundante. Demora de 5 a 7 dias para desaparecer com tratamento adequado.
Tratamento
– Não existe tratamento específico para conjuntivite viral. Para diminuir os
sintomas e o desconforto pode-se utilizar soro fisiológico gelado e compressas
sobre as pálpebras, limpar os olhos com frequência, ou ainda usar colírios
lubrificantes e lágrimas artificiais.
Prevenção
– Algumas medidas podem ser tomadas para se evitar a propagação da conjuntivite
viral. Lave as mãos com frequência e não coloque-as nos olhos para evitar a
recontaminação; evite coçar os olhos para diminuir a irritação da área. Ao usar
colírios ou pomadas, não encoste o frasco no olho e lave as mãos antes e depois
do uso. Evite a exposição à agentes irritantes (fumaça) e/ou alérgenos (pólen)
que podem causar a conjuntivite.
Não
use lentes de contato enquanto estiver com conjuntivite, nem enquanto usar
colírios ou pomadas. Não compartilhe lençóis, toalhas, travesseiros e outros
objetos de uso pessoal de quem está com conjuntivite; evite piscinas e lagos;
não use maquiagem de outras pessoas (nem empreste as suas); e evite
compartilhar toalhas de rosto.
É
importante o acompanhamento do oftalmologista para um diagnóstico preciso e
tratamento adequado. A conjuntivite bacteriana deve, além desses cuidados, ser
tratada com colírios e antibióticos prescritos pelo oftalmologista.