O secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos
Alberto dos Santos Cruz, disse neste domingo (27) que a Força Nacional tem um
efetivo pequeno para atuar na desobstrução de rodovias e afirmou não haver o
mínimo risco de as Forças Armadas cometerem erros na operação para desmobilizar
a paralisação de caminhoneiros em todo o país.
O presidente Michel Temer determinou que agentes das Forças
Armadas e da Força Nacional desobstruíssem rodovias. Segundo a Polícia
Rodoviária Federal informou na noite de sábado (26), ainda há 554 pontos de
obstrução.
O governo fez duas reuniões de avaliação no sábado e fará
outras duas neste domingo. A primeira, nesta manhã, com a presença de Temer.
"A Força Nacional é um contingente pequeno e que está
distribuído. Não é um contingente que possa influir decisivamente em qualquer
ação. [...] Agora passamos um efetivo pequeno para auxiliar a Polícia
Rodoviária Federal.", afirmou Santos Cruz ao chegar para a reunião no
Palácio do Planalto.
De acordo com o Ministério da Justiça, a Força Nacional tem
mais de 1.200 homens espalhados em 16 operações diferentes em 11 estados.
Houve envio de tropas para atuar especificamente na
desobstrução de rodovias apenas para Minas Gerais, mas agentes de outras
operações podem ser deslocados para atuar no auxílio das Polícias Militar e
Rodoviária Federal, segundo o Ministério da Justiça.
O general, que estava na Coreia do Sul, participa das
reuniões pela primeira vez neste domingo, sétimo dia de paralisação dos
caminhoneiros.
Para Santos Cruz, "não é questão nem de ver o certo ou
o errado, é uma questão de regularizar, analisar com profundidade tudo aquilo
que precisa".
Questionado se o anúncio de greve dos petroleiros poderia
representar um efeito cascata, o secretário nacional de Segurança Pública
afirmou que é preciso evitar interesses partidários.
"Vejo que tem que tomar muito cuidado com exploração de
gente que tem até interesses partidários. Tem que eliminar os interesses
partidários e deixar somente os interesses profissionais. Se você ficar só com
os interesses profissionais é até uma coisa boa a evolução, mas quando você
coloca interesses partidários, aí começa a manchar aquilo que é o objetivo
principal", disse o secretário.
Sobre a atuação das Forças Armadas, o general disse não
haver "o mínimo risco de cometer qualquer erro, de cometer qualquer coisa
fora da lei, qualquer coisa que seja condenável do ponto de vista não só legal,
da própria educação".
"A base de tudo são interesses naturais, normais de
categorias que estão pressionadas por suas necessidades, por seus interesses e
isso precisa ser tratado. Enquanto você não desatar o nó da questão, o problema
se arrasta e o trabalho na punição, vamos dizer assim, ou de Forças Armadas na
escolta de comboios é feito de maneira normal para manter abastecimento sem
nenhum conflito, sem nenhum choque, sem nada. Não existem dois lados nisso.
Isso é simplesmente um problema que o Brasil está vivendo e vai ter que
resolver", disse Santos Cruz.