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Autores umuaramenses lançam obra explicando ciência através da arte

Publicado em 14/09/2017 às 08:23

Umuarama – A 36ª Semana Literária & Feira do Livro do Sesc tem como lema apostar em autores umuaramenses. Na abertura do evento, na próxima segunda-feira (18), haverá o lançamento de duas obras de autores locais, dentre elas, o livro As Aventuras de Téo e Sofia, de Máriam Trierveiler Pereira, Cláudio Luiz Mangini e Ronobo Soares. A história foi escrita por Máriam Pereira, com ilustrações de Cláudio e revisão de Soares.

Em conversa com Máriam, ela explica que a obra é voltada ao público infanto-juvenil, e tem como tema a ciência. O livro conta a história de dois irmãos curiosos que saem para passear e encontram o Curupira, famoso personagem do folclore brasileiro, que lhes mostra que há movimento em tudo ao redor deles, como nos átomos de uma pedra, nas organelas das células vegetais e até nós planetas. Inspirado no livro O Tao da Física, de Fritjof Capra, que fala sobre o movimento do universo, Máriam quis induzir a curiosidade sobre o assunto nas crianças. “Inspirado na vida das minhas crianças, na curiosidade infantil e de como a gente tem que conversar com eles, porque não é na mesma linguagem, acabei traduzindo uma ideia cientifica nessa linguagem”, comenta a autora.

Engenheira civil, de segurança do trabalho, mestra e doutora em engenharia ambiental, bailarina e diretora da Companhia de Dança IFPR Schubert, e professora há dezessete anos, Máriam acredita que a arte e a ciência são dimensões da vida humana que estão intrincadas. “Acho que a ciência e a arte abrem a cabeça da pessoa, pra que tenha esse conhecimento mais aberto a pessoa precisa ter de forma equilibrada essas duas coisas, e vejo que as crianças às vezes falam assim: eu odeio matemática, mas não se pode dizer que odeia matemática, porque se você for fazer música, por exemplo, você está fazendo matemática”.

Assim, o conteúdo do livro também abrange o conceito de interdisciplinaridade, tido como método de ensino por Máriam. “Essa metodologia faz com que os alunos fiquem independentes na busca pelo conhecimento, porque quando você trabalha com algo já mastigado (faz 17 anos que eu dou aula e nunca dei prova), o aluno fica no cabresto, fica atrás de nota e não de conhecimento”. E continua: “eles se interessam [com a metodologia interdisciplinar] de forma livre pelo conhecimento, não imposta pelo professor, pois na minha visão o professor é mais o mediador que mostra pra eles onde encontrar as coisas, do que aquele que abre a cabeça e coloca lá dentro um monte de coisas que eles não vão usar porque não se interessam”. A interdisciplinaridade é um conceito discutido por vários autores já há algum tempo, mas, resumidamente, significa a ligação entre várias disciplinas, quer dizer, constatado que a vida é complexa e tudo está interligado, o ensino deve, nessa perspectiva, seguir a mesma direção. Segundo um dos autores mais reconhecidos sobre o tema, Edgard Morin, o desenvolvimento humano deve ser contextualizado em relação à totalidade de todas as coisas que vivenciamos. “O desenvolvimento da aptidão para contextualizar tende a produzir a emergência de um pensamento ecologizante no sentido em que situa todo acontecimento, informação ou conhecimento em relação de inseparabilidade com seu meio ambiente – cultural, social, econômico, político e, é claro, natural”, escreve o autor em sua obra A Cabeça Bem Feita: Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento.

Então As Aventuras de Téo e Sofia busca traduzir esses conceitos, levando às crianças um pouco do que é ciência, por meio das artes escrita e pictórica. Foram impressos 100 exemplares do livro com recursos do Instituto Federal do Paraná (IFPR) através de um projeto de iniciação científica, e recursos da Unicesumar. As unidades serão distribuídas gratuitamente para escolas municipais, estaduais e particulares, para o Centro Cultural Schubert, biblioteca do IFPR, a biblioteca itinerante de Angela Russi e da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi).

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