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POLÊMICA

Caso Tatiane Spitzner: conversa ‘desumana’ de alunos de Direito repercute

Ao falar sobre o crime, supostos estudantes dizem que ‘se ela foi assassinada certeza que ela mereceu’

Publicado em 15/08/2018 às 23:34

Estudantes enviaram os prints da conversa denunciando o comportamento dos colegas (Foto: CGN)

Uma conversa que teria ocorrido no grupo de Whatsapp de uma turma de acadêmicos de Direito de uma faculdade de Cascavel está gerando repercussão nas redes sociais.

A reprodução das conversas que falam da morte da advogada Tatiane Spitzner foi encaminhada para a CGN por vários estudantes questionando a postura dos futuros advogados.

O vídeo que mostra as agressões cometidas pelo marido de Tatiane antes da morte foi compartilhado inicialmente como "tema para discutirmos na aula de direito penal".

Algumas pessoas questionam as imagens fortes do vídeo e depois são feitas graves afirmações: como "feminicídio não existe" e "se ela foi assassinada certeza que ela mereceu".

A conversa segue com mais absurdos como "se tivesse rezando ou estudando não morria"(sic). Um dos estudantes diz que "lugar de mulher não é em pé no parapeito [fazendo alusão ao fato de ela ter caído do quarto andar]" e sim "lugar de mulher é rezando, limpando a casa, lavando louça ou cuidando das crianças e ponto. Sem mais nem menos". 

O estudante que faz a maioria das afirmações nega ser machista.

"A todos que querem me processar. Minhas últimas mensagens foram uma crítica ao patriarcado. Foi para mostra-los que a sociedade é horrenda com as nossas kiridas donas de casa, quis dizer, molieres*" (sic)

Os acadêmicos que encaminharam as mensagens à redação consideram um absurdo comentários tão desumanos e pedem um posicionamento da instituição. A CGN entrará em contato com a faculdade.

O caso

Na madrugada de 22 de julho, Tatiane morreu depois de cair do 4º andar do apartamento onde morava, no Centro de Guarapuava. O marido recolheu o corpo, levou de volta ao apartamento e foi preso quando se envolveu em um acidente na BR-277 em São Miguel do Iguaçu, quando tinha dirigido mais de 340 quilômetros em direção à fronteira do Brasil.

Após apuração, o Ministério Público denunciou Luís Felipe Mainveiler pela morte de Tatiane. Para a promotoria ele usou meio cruel, dificultou a defesa da vítima, teve motivo torpe e praticou feminicídio. O MP também acusa Mainvailer de alterar a cena do crime e praticar cárcere privado.

O vídeo mostra a mulher tentando fugir do carro onde é agredida. No elevador ela chegou a ficar desacordada. Também há imagens de Felipe limpando o sangue do elevador. O homem diz que ela se jogou do prédio.

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