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Voluntária da Uopeccan doa medula óssea e salva vida em Fortaleza

Publicado em 20/09/2017 às 00:31

Umuarama - Ajudar a salvar uma vida pode parecer algo distante para a maioria das pessoas, no entanto, essa ação pode estar mais próxima do que se imagina. Cristina Santana, de 37 anos, empresária em Cafezal do Sul, conseguiu realizar esse ato, por meio de um gesto: ser doadora de medula óssea.

Cristina se cadastrou no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) para ajudar uma amiga, cujo filho precisava de doação, porém, não eram compatíveis. Algum tempo depois a entidade, que funciona como um banco de dados reunindo informações de doadores, lhe telefona, informando que localizara um paciente compatível em Fortaleza, Ceará. O que não é tão comum. “O médico do Inca (Instituto Nacional do Câncer) que me atendeu disse que em onze anos fazendo transplante de medula óssea, só encontrara cinquenta pacientes compatíveis”, diz.

Com a sinalização positiva por parte de Cristina para a doação, a Redome então lhe encaminhou para a capital cearense com todos os custos pagos, para fazer os primeiros exames. Foram duas fases até a retirada da medula. “Nesses dias tomei medicação para aumentar a quantidade de células-tronco, até chegar o momento da doação, em que fiquei por 6 horas fazendo a coleta”, explica Cristina. Ela também relata a tranquilidade de todo o processo. “Não há nenhum risco, nem é necessário nenhum cuidado a mais depois de doar, fica o tempo todo um enfermeiro do lado, e tudo é muito bem planejado”.

A doadora explica também que quando começa o processo, não se pode voltar atrás. “O paciente entra num tratamento pra matar a medula dele e receber a minha, então ele fica numa situação de pré-morte”.  

Para Cristina, tudo foi muito intenso. “Doar é uma coisa tão abençoada por Deus, senti uma felicidade tão grande, sabe, um dia antes da doação eu chorei demais, mas não tive medo, porque recebi orações e pedi orações para o paciente, e estava satisfeita em ajudar”. E a mensagem que ela diz não esquecer é que doar medula óssea representa “um dia na sua vida por uma vida inteira”, um dos lemas de campanhas voltadas ao tema.

Cristina voltou pra casa um dia após a realização do transplante, voltando a trabalhar quase que instantaneamente. E um mês depois disso, a Redome ligou, afirmando que o paciente estava evoluindo muito bem.

Voluntariado

Mulher de uma solidariedade enorme, Cristina, antes da doação, já era voluntária na Uopeccan, no setor do prontuário. Agora, se tornara da Legião Feminina de Combate ao Câncer, grupo de 18 mulheres que organiza as atividades de mais de 300 voluntárias. Ela diz que há muito trabalho a ser feito, como arrecadação para o show de prêmios, arrecadar de alimentos e montagem de cestas básicas, organizar a doação de cabelos para as perucas, de fraldas, gorros, organizar o café, recepção.

“Admiro muito isso de ela estar se doando, doando o trabalho dela inteiramente gratuito, gastando combustível pra vir, e ainda ela foi doadora de medula”, comenta Neusa Barbado, Relações Públicas da Uopeccan Umuarama.

Neusa explica que de seis em seis meses, aproximadamente, há treinamento para inscritos no voluntariado, sendo o único requisito ter a idade mínima de 16 anos. E completa que isso não apenas ajuda a cortar gastos no hospital, que hoje já emprega 360 funcionários, fora os quase 300 que são voluntários, mas que acontece uma troca com essas pessoas que se sensibilizam com os pacientes e procuram ajudar. “As pessoas buscam muito trabalhar aqui como voluntárias, temos várias que começaram a trabalhar e passaram pra legionárias, que é o caso da Cristina, que coordena o trabalho, então eu vejo assim, o desprendimento, o amor ao próximo, acho que isso tem que ser super valorizado”, finaliza.

Seja doador ou doadora 

No último dia 16 de setembro foi comemorado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (World Marrow Donor Day). A campanha foi criada em 2015 pela World Marrow Donor Association. Hoje existem cerca de 30 milhões de doadores pelo mundo, segundo informações no site da entidade. No Brasil existe o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), desde 1993, já com R$ 4 milhões de doadores cadastrados. Procure se informar no site http://redome.inca.gov.br.

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