Nas estações do outono e inverno é comum aparecerem casos de
doenças de transmissão respiratória e de contato entre as pessoas, devido à aglomeração
e falta de ventilação. As instituições de saúde já foram alertadas pelo Setor
de Vigilância Epidemiológica (SVE) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde
(Covisa) e um comunicado também já foi enviado para a Secretaria Municipal de
Educação repassar às escolas municipais, alertando pais professores para
medidas preventivas e também com dicas para identificar eventuais casos.
O alerta é da coordenadora da SVE, enfermeira Andreia Balan.
Nesta semana, a imprensa divulgou dados sobre a síndrome mão-pé-boca e, devido
à divulgação da informação, um caso já foi identificado em Umuarama. “Como se
trata de uma doença de fácil contágio, é importante tomar medidas preventivas
para evitar que ela se espalhe entre as crianças”, alertou.
A melhor forma de prevenir a doença é reforçar as medidas de
higiene, lavar bem as mãos e os alimentos que serão consumidos. Além disso, é
recomendado o afastamento da escola ou do trabalho em caso de infecção, até o
desaparecimento dos sintomas (que ocorre geralmente entre 5 a 7 dias).
A enfermeira explica que a síndrome mão-pé-boca é uma
infecção viral contagiosa, causada pelo enterovírus Coxsackie A. A transmissão
se dá pelas mãos sujas ou por alimentos mal lavados ou mal cozidos, que tiveram
contato com fezes contaminadas, e também por meio das gotículas espalhadas
através de tosse, espirros e saliva.
“O diagnóstico é clínico, sem necessidades de exames
laboratoriais na maioria das vezes, porque o quadro é bem típico. O tratamento
é sintomático e deve incluir as medidas utilizadas no tratamento de outras
viroses, como repouso, alimentação leve e ingestão aumentada de líquidos”,
orienta Andreia Balan. “Bochechar com água e sal ajuda a aliviar a dor da boca.
O quadro clínico é autolimitado e melhora espontaneamente com as defesas do
organismo”, completa.
Saiba mais
A síndrome mão-pé-boca acomete principalmente crianças com
menos de 5 anos (mais frequente dos 6 meses aos 3 anos) e caracteriza-se por
lesões na cavidade oral e erupções nas mãos e pés. Após 3 a 6 dias de incubação
surgem sintomas como febre, mal estar e perda de apetite. Um ou dias após,
aparecem lesões da boca, como pontos avermelhados, pequenas bolhas ou úlceras
dolorosas na língua, no palato e nas partes internas dos lábios e bochechas.
Um ou dois dias após as lesões da boca, começam aparecer as
lesões nas palmas das mãos e na planta dos pés (pequenas bolhas, com um halo
avermelhado ao seu redor). Também pode haver lesões em nádegas, coxas, braços,
tronco e face.
Nem todas as pessoas infectadas desenvolvem o quadro clínico
completo da doença, podendo ocorrer apenas lesões na boca e palma das mãos. Na
maioria dos casos, a doença evolui de forma benigna, com cura espontânea após 7
a 10 dias, sendo pouco frequentes as complicações. O maior problema costuma ser
a alimentação, com dificuldade de aceitação de alimentos e líquidos.