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Quebra de tabu

Empresário faz relato sobre depressão para lembrar que é possível superar doença

Paulo Sérgio Cerozino, de 49 anos, compartilha sua experiência a fim de ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema

Publicado em 10/05/2019 às 04:12
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Com relato em seu perfil nas redes sociais, Paulo Sérgio Cerozino esperar sensibilizar as pessoas sobre a depressão, quebrando tabus (Foto: Arquivo Pessoal)

Falar sobre a depressão ainda é um assunto delicado para a maioria das pessoas, principalmente, por quem passa ou já passou por momentos obscuros provocados pela doença. Não é o que pensa o empresário Paulo Sérgio Cerozino, de 49 anos, que convive com a depressão há várias décadas e por diversas vezes utilizou seu perfil nas redes sociais para compartilhar sua experiência a fim de ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema. 

Após 22 anos sem enfrentar um episódio depressivo, ele fala com mais naturalidade sobre o assunto, pois acredita que “isso ajuda as pessoas que estão sofrendo e não torna a doença um tabu”. Mas, segundo Paulo, nem sempre foi assim: “já tive e sofri na pele, sei de toda a angústia e desespero vivido num quadro depressivo, pois tive três episódios que duraram meses, e, confesso, nunca na vida senti uma dor mais profunda que essa provocada pela depressão”. 

“Eu pensava em suicídio a cada segundo. É uma dor inimaginável, nem dá para descrever. Eu dizia que somente três pessoas sabiam o que eu estava passando: Deus, o psiquiatra e eu. Mas tudo isso ficou no passado, o último episódio que eu tive foi em 1997”, relembra o empresário. 

"Apoio e compreensão é fundamental", contar com o suporte familiar também foi fundamental (foto: arquivo pessoal)

Buscar ajuda é imprescindível

Apesar dos tempos sombrios vividos, ele é seguro em afirmar que a procura de tratamento é a única saída. “Depressão não é uma fraqueza, não é frescura, não é “vagabundagem”, não é falta de fé, não é falta de Deus como muitos pensam, é uma doença e precisa ser tratada. O que me ajudou foi eu ter ido a um psiquiatra; ter usado o antidepressivo que ele receitou”, defende. 

“Não digo que estou totalmente livre, porém, não sinto sinais da doença, e vivo bem, sóbrio, equilibrado e em paz. Isso eu devo tanto aos medicamentos quanto à comunhão que tenho com Deus, com minha família e com outras pessoas”, relata Cerozino.

O que diz a psiquiatria

De acordo com a psiquiatra, Camila Casarin, o quadro depressivo é uma doença e necessita de tratamento, visto que além de causar comprometimentos na vida pessoal, social e/ou profissional, pode levar ao suicídio. “É indicado à avaliação e acompanhamento com médico psiquiatra, que vai fazer o diagnóstico e indicar a conduta correta ao caso”, destaca a médica.

Ela também destaca que, em geral, são prescritos psicofármacos (antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor e/ou antipsicóticos) e, também é indicado acompanhamento com psicólogo. “Mas é fundamental a participação da família no tratamento, apoiando e acolhendo o paciente” finaliza.

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