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Vida e cor!

Após vencer o câncer, flores para reconfortar quem ainda luta contra a doença

A voluntária Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos, plantou orquídeas em todas as palmeiras próximas da recepção do Hospital Uopeccan, em Umuarama

Publicado em 22/11/2022 às 18:57
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A voluntária Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos (dir. da foto), durante o plantio de orquídeas no Hospital Uopeccan, em Umuarama (Foto: Divulgação)

Num gesto de agradecimento à nova oportunidade concedida pela vida e como forma de propor alento, luz e conforto propiciados pelas cores das flores, Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos, plantou orquídeas em todas as palmeiras que ornamentam a recepção do Hospital Uopeccan, em Umuarama. A iniciativa também se estendeu na área interna do hospital, onde fica o estacionamento médico

Iniciativas como essa, que é recente, feita neste ano, surgem desde quando a própria Regina realizava tratamento no hospital, há cerca de 6 anos, após descobrir um câncer maligno no intestino. Prestes a se formar em Psicologia, a hoje cabeleireira já contava na época com a sabedoria que o trabalho como técnica de enfermagem lhe proporcionava, fazendo com que ela notasse uma alteração em sua saúde e descobrisse um nódulo de 2 centímetros no intestino – fato que enaltece a importância do diagnóstico precoce.

Com o apoio de outras voluntárias, Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos, plantou orquídeas em todas as palmeiras que cercam a recepção do Hospital Uopeccan em Umuarama

“Era um tumor maligno, mas eu descobri a tempo. Fiz exames e o diagnóstico foi um carcinoma de alto grau infiltrativo. Fui encaminhada para a Uopeccan e fiz todos os acompanhamentos e em dezembro de 2021 recebi alta. O acompanhamento inicial foi feito a cada seis meses e no momento se estenderá a cada 2 anos. E em 2019 eu comecei a realizar um trabalho voluntário na Uopeccan, motivada principalmente após o suicídio de meu companheiro”, revela a cabeleireira.

As tragédias funcionaram como uma catarse para Regina, fazendo com que ela revisitasse a sua vida e procurasse um novo caminho e sentido. “Fiz uma mudança radical na minha vida, comecei a fazer Psicologia para compreender um pouco mais o suicídio, que traz muita angustia para quem fica, pois sem conhecimento técnico e científico, não conseguimos ajudar e nem acessar o sofrimento do outro de uma forma eficaz”, descreve a futura psicóloga.

As tragédias funcionaram como uma catarse para Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos, fazendo com que ela revisitasse a sua vida e procurasse um novo caminho e sentido

A reviravolta começou a ganhar forma junto à Legião Feminina de Combate ao Câncer (LFCC) com a manutenção de perucas e já em fase de término do tratamento e em período em que já realizava apenas os plantões voluntariados, Regina percebeu a falta de colorida da recepção do hospital e quis propor um ambiente mais alegre. “Eu gosto muito de orquídeas e pensei: eu vou plantar orquídeas nessas árvores. Dividi a ideia com amigas voluntários e com a diretoria da LFCC, que acolheu a proposta”.

Daí em diante, a cabeleireira realizou diversas campanhas para arrecadar as flores, especialmente junto à comunidade acadêmica, obtendo o aceite e a arrecadação de plantas que hoje estão distribuídas nas palmeiras que ornamentam a Uopeccan. “Eu também fiz tratamento na Uopeccan, e a gente vai com medo para o hospital, sem saber o que vai acontecer, eu quando você vê um ambiente colorido, isso passa uma alegria para a gente”.

A voluntária Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos, durante o plantio de orquídeas em todas as palmeiras próximas da recepção do Hospital Uopeccan, em Umuarama

E a próxima iniciativa acolhedora da voluntária já está planejada e vamos revelar aqui: “Meu projeto de vida é finalizar o meu curso de psicologia e trabalhar para a comunidade sem fins lucrativos”, crava a futura terapeuta.

A própria Rosana Regina Lopes de Deus, de 51 anos, ama flores e as cultiva em sua residência, que podemos considerar um belo espaço terapêutico na região do Lago Aratimbó

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