A maternidade, não raro, é associada a uma fase da vida da
mulher que envolve fartas doses de amor e também de superação. É exatamente o
caso de Silvia Helena Rosa, 41 anos, que
comemora hoje seu primeiro Dia das Mães cercada de seus quadrigêmeos.
A vontade de ser mãe sempre falou mais alto na vida de
Silvia, que há oito anos, ou seja, seis meses após se casar começou o
planejamento da gravidez do primeiro filho. Porém, o sonho de ser mãe teve que
ser adiado após ela receber o diagnóstico de câncer de mama. “Foi um choque na
época, fiz todos os tratamentos e graças a Deus me curei, mas fiquei com medo
de não realizar o sonho de ser mãe por causa da doença”, conta.
Com dificuldades para engravidar, a técnica em
enfermagem, com o apoio do esposo Márcio
Antônio de Toledo, foi submetida a uma fertilização in vitro. Por conta do
processo, ela já estava preparada para possibilidade de engravidar de gêmeos.
Porém, cada ultrassonografia, trazia uma nova surpresa.
“Primeiro o médico viu dois bebês. Já esperava por isso. No
exame seguinte, ele disse que eram três e por último, a surpresa maior: eram
quatro bebês. Foi um susto. Pensei: como vou fazer agora? ”, recorda Silvia. Os
meninos, Pedro Augusto, Luiz Henrique, João Paulo e Victor Hugo, como costuma
ocorrer em partos gemelares, nasceram prematuros aos seis meses de gestação.
Apesar de não completarem os noves meses gestação, os bebês não apresentaram
nenhuma complicação após o período no hospital.
“Eles nasceram perfeitinhos e por isso, agradeço ainda
mais”, explica. Os bebês, com 11 meses, estão engatinhando e na fase das
descobertas. Silvia não tem babá e cuida sozinha da rotina do quarteto. “A minha
rotina virou de ponta cabeça. Tem dia que esqueço de comer. Porém, foi a melhor
coisa que aconteceu na minha vida. Ser mãe é uma experiência incrível, Deus foi
muito bom comigo”, afirma.
Sistema meio de linha de produção
Na casa da araponguense, tudo é feito quatro vezes em um
sistema meio de linha de produção. São quatro para alimentar, dar banho e
trocar. Segundo a mãe, os bebês seguem o mesmo ritmo.“Eles comem, dormem,
choram e se acalmam juntos. Apesar de serem quatro, os meninos são calminhos,
ainda bem”, brinca.
O Pedro e Victor são univitelinos, assim como João e Luiz,
ou seja, são gêmeos idênticos, mas gerados em apenas uma gravidez. “Tem hora
que até eu, que sou mãe, me confundo. Eles são muito parecidos”, conta. Na hora
de sair de casa, Silvia conta que é necessária uma boa dose de planejamento
para dar conta de preparar a mala dos bebês, que precisa contar mamadeiras,
fraldas, roupas extras e brinquedinhos
para os quatro.
Carro adaptado
O casal também precisou adaptar o carro para a nova
realidade. Os dois carrinhos duplos para acomodar os quadrigêmeos, por exemplo,
seguem em um suporte no teto do carro. Quando precisa de ajuda, ela não hesita
em pedir uma “mãozinha” para as pessoas.
“Meu marido, que é um paizão, às vezes não pode ir junto e
por isso, enfrento sozinha. Vou pedindo ajuda. Já aconteceu de estar na sala de
espera de algum médico e cada pessoa que estava ali, ir dando mamadeira para
eles. Não posso ter frescura com os meninos, eu não tenho quatro mãos. É
diferente das mães que tem só um e podem dar plena atenção”, explica.
Atenção, aliás, é algo que a família desperta. Quando sai à rua, Silvia afirma que sabe, de antemão, que será alvo de perguntas e da curiosidade natural das pessoas. “Meio que me acostumei em contar minha história”. Depois de se dedicar exclusivamente aos bebês, Silvia vai retornar ao trabalho na semana que vem. “Coração fica apertado, mas preciso voltar à rotina. Pelo menos será apenas meio período. Assim, posso ficar um pouco mais com eles”, acredita.