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Sem recursos

Lar São Vicente de Paulo pede apoio de vereadores para continuar aberto

Segundo estudo de viabilidade financeira apresentado pela direção da instituição, está havendo um déficit mensal de R$ 24 mil

Publicado em 30/05/2019 às 08:41
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Ângelo Barreiro Gonçalves, presidente de conselho da Sociedade São Vicente de Paulo, explicou a condição financeira da instituição (Foto: Portal da Cidade Umuarama)

A presidência do Lar São Vicente de Paulo acionou a Câmara de Vereadores de Umuarama após ser comunicada informalmente pela Prefeitura Municipal de Umuarama de que não haveria reajuste no recurso municipal repassado à entidade. O contrato encerra no dia 30 de junho, e segundo o estudo de viabilidade financeira apresentado pela direção da instituição há um déficit mensal de R$ 24 mil. 

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (30), na Câmara Municipal de Vereadores, Ângelo Barreiro Gonçalves, presidente do Conselho Central de Umuarama da Sociedade São Vicente de Paulo (SSPV), entidade mantenedora do Lar dos Idosos, informou que ao município foi solicitado um reajuste de R$ 300 por mês por idoso. Atualmente o valor dos recursos municipais pago mensalmente por idoso é de R$ 408, com o reajuste subiria para R$ 708, embasado no estudo apresentado. Dessa forma, segundo a presidência, sem o aumento a entidade estaria inviabilizada de continuar funcionando. 

O Lar São Vicente de Paulo foi fundado em Umuarama nos anos 60, e assiste hoje 80 idosos. Muitos estão acamados, possuem sérios problemas de saúde e deficiências. A instituição se esforça para atender as imposições exigidas por lei e ter à disposição profissionais como assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiros e psicólogo, o que torna orçamento e gastos com folha de pagamento muito elevado. Apesar disso, de acordo com Gonçalves, os salários continuam em dia.

“Sem o apoio da população, que contribui muito com doações e sem o apoio dos voluntários, o Lar já teria fechado as portas. O valor ideal a ser pago por idoso seria de R$ 2 mil. Também já acionamos o Ministério Público para tentar reaver essa situação por vias judiciais”, disse. Além do convênio com o município, o Governo Federal repassa R$ 6 mil mensais, o que dá uma média de R$ 100 por idoso, para 60 idosos. Outra fonte de renda é o benefício recebido pelos idosos, no qual apenas 50% pode ser repassado à entidade. 

O vereador Mateus Barreto manifestou o apoio à entidade, conforme sugerido pelo Legislativo, a negativa sobre o reajuste se confirme, a CMU irá convocar o poder Executivo à prestar esclarecimentos e comprovar de maneira técnica o motivo. “Em um município que não possui casa de repouso, a prefeitura precisa comprar vagas, por exemplo, o município de Paiçandu, o valor pago por idoso é de R$ 1.400 mensais”. E completou: “nós temos que lutar e trabalhar em prol daqueles que futuramente nós estaremos naquela condição”. 

Vereadores prometem discutir com o Executivo saídas para a crise que afeta o Lar São Vicente de Paulo

A vereadora Maria Ornelas salientou que não se pode responsabilizar totalmente o município, mas há de se tomar uma decisão coerente e chamou atenção para situação da cozinha. “A cozinha do Lar São Vicente de Paulo está praticamente interditada, nós estivemos na entidade e a situação precisa ser resolvida com urgência, o valor para reforma gira em torno dos R$ 800 mil. A assessoria do vereador Noel do Pão, presidente da Câmara, informou que ele não compareceu à coletiva pois está em Curitiba tratando de assuntos de interesse do município.

Resposta da prefeitura

“A Prefeitura de Umuarama informa que repassa subsídio mensal ao Lar São Vicente de Paulo, bem como a diversas outras entidades que prestam importante trabalho social no município, e por questões legais não pode ser o único mantenedor de nenhuma dessas instituições.

O prefeito Celso Pozzobom recebeu representantes do Lar solicitando apoio e está solidário diante das dificuldades, já que muitas pessoas que costumavam colaborar com as entidades passaram a centralizar as doações a um único hospital, o que reduziu drasticamente o apoio destinado às entidades.

O município repassa mensalmente R$ 32.640,00 para a manutenção do Lar e há informação de mais R$ 6 mil mensais do governo federal. Mesmo assim a administração municipal está engajada, procurando parceiros que possam contribuir com a manutenção da entidade. Em tratativas com uma empresa de comunicação, foi sugerida uma ação beneficente para o Lar durante evento cultural.

É importante lembrar que as organizações não governamentais (ONGs) podem receber auxílio financeiro dos governos municipal, estadual e federal, mas também dependem de ações da sociedade e da população em geral, pois não podem ser sustentadas exclusivamente pelo poder público”.

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