Portal da Cidade Umuarama

Operação Traders

Umuaramense é alvo de operação da PF que investiga golpe do falso investimento

O grupo criminoso prometia investimentos com lucro acima do mercado, porém os valores não eram totalmente aplicados

Publicado em 28/07/2022 às 07:56
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Os investigados se apresentavam como “Traders” para captar economias de vítimas/investidores (Foto: Portal da Cidade Umuarama/Eduardo Sebim)

A Polícia Federal, em trabalho conjunto com a Receita Federal do Brasil, deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Traders, com o objetivo de desarticular grupo criminoso que praticava crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, contra o mercado de capitais e de pirâmide financeira em diversas cidades paranaenses. A organização operava também nos estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os investigados se apresentavam como “Traders” para captar economias de vítimas/investidores, a pretexto de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.

A investigação apontou que retornos acima daqueles praticados no mercado eram prometidos (lucros de até 6,4%), embora as “mesas proprietárias” apresentassem perdas consistentes, principalmente em operações de “day trade”, ou seja, além de não aplicar na bolsa de valores a integralidade dos recursos, o que era aplicado, normalmente resultava em prejuízo.

As operações eram feitas através de, pelo menos 22 empresas não autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado.

Os investigados emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à CVM, sem lastro ou garantia suficientes e sem autorização prévia da CVM.


Com o passar do tempo e como é natural nesse esquema, os investigados não conseguiam mais honrar os compromissos assumidos, vez que os valores arrecadados não eram de fato investidos em operações de bolsa de valores e quando eram, não resultavam nos lucros prometidos.

A partir disso, a líder do esquema, que residia em Umuarama, passou a dissimular o objeto fictício das empresas, tendo apresentado aos clientes, ora vítimas, a alegação de que iria migrar de “operações em bolsa de valores” para criação um “banco digital” e que deste novo empreendimento conseguiria honrar os contratos de pagamentos de valores, repita-se muitos superiores ao que o mercado real costuma pagar a investidores.

Foram mobilizados aproximadamente 70 Policiais Federais e 15 servidores da RFB para o cumprimento de 17 mandados judiciais, nas cidades de Umuarama, Guaíra, Douradina, Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná e em Taboão da Serra, em São Paulo. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o sequestro de automóveis, imóveis e criptoativos.

A investigação iniciou em 2021 a partir da identificação das primeiras filiais das empresas de “operação em bolsa de valores” em pequenas cidades da fronteira paranaense com o Paraguai, como Guaíra, Douradina e Umuarama. Chamou atenção o uso, pelos líderes do esquema, de veículos de luxo, praticamente novos, na região de fronteira, incompatíveis com a renda declarada.

Durante as investigações, foi apurado que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam a cifra de 200 milhões de reais e fez milhares de vítimas nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.


Os valores aplicados/investidos pelas vítimas variavam de R$ 1.000,00 (valor mínimo aceito pelo grupo), sem limite máximo. Algumas pessoas investiram cifras que ultrapassaram um milhão de reais. Os valores eram depositados diretamente nas contas das empresas investigadas e depois transferidas, parcialmente, para as constas pessoais dos líderes do esquema. A investigação segue em andamento e é feita em conjunto entre a Polícia Federal de Guaíra e o Núcleo de Pesquisa e Investigação da Receita Federal do Brasil.

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