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MARIALVA

Mulher detalha crime antes de morrer; companheiro será indiciado por feminicídio

Emili da Silva Martins, 18 anos, estava grávida de quatro meses quando ex-companheiro tentou estuprá-la e em seguida a esfaqueou

Publicado em 14/02/2019 às 02:15

Emili comentou que foi deixada no local por volta das 3h da madrugada (Foto: Reprodução)

A vítima de feminicídio Emili da Silva Martins, 18 anos, contou detalhes do crime à Polícia Civil, enquanto estava internada em um hospital de Maringá, poucas horas antes de falecer, no dia 4 deste mês.

O depoimento foi gravado pelos investigadores e divulgado pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC). Ela estava grávida de quatro meses e também não foi possível salvar o bebê. Emili contou que quem a esfaqueou foi seu ex-companheiro, Davi Henrique Brant, 24 anos, com quem teve um relacionamento por quatro anos, mas estavam separados há um mês.

Tudo ocorreu em Marialva, cerca de 30 quilômetros de Maringá, onde residiam. Na noite de domingo, 3, ela teria saído para conversar com o rapaz, a convite dele, com o suposto motivo de tratar questões relativas aos filhos.

Eles também têm uma filha de 2 anos. “A gente foi até a praça, porque ele disse que queria conversar comigo. Fui até lá para dar um basta. Se não fosse para falar sobre as crianças, eu não queria conversa com ele. Estávamos separados há um mês”, comentou.

“Ele até pegou um lanche, conversamos, e ele falou que me levaria embora. Mas, nisso, o carro dele não tinha gasolina. Fui com ele buscar, e na hora de me levar, ele seguiu sentido a Santa Fé. Chegando na Fazenda Guaíra, entrou na estradinha de terra. Um pouco para baixo da entrada, ele parou”.

A vítima relatou, ainda, que ele tentou forçá-la a uma relação sexual, mas ela se negou e desceu do veículo. “Ele ficou tentando me agarrar e eu tentando sair. Nisso, ele me deitou na soja, se deitou por cima de mim, tentou tirar minha roupar e eu comecei a chutar para ele sair. Foi onde que consegui correr. Ele foi até o carro, pegou a faca e desferiu dois golpes. Um deles foi pouco para baixo do ombro e outro na altura do peito. Depois saiu com o carro e me largou lá”, contou.

Emili comentou que foi deixada no local por volta das 3h da madrugada e foi socorrida somente na manhã de segunda-feira, 4, pelos irmãos do acusado. “Não sei se ele contou para os irmãos. Mas dois irmãos e uma irmã dele apareceram lá e pediram socorro”, completa. A gestante foi socorrida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante uma cirurgia.

De acordo com dados da Polícia Civil de Marialva, o suspeito se apresentou na delegacia na segundafeira e confessou o crime. Ele foi detido com um mandado de prisão preventiva expedida pelo juiz. Atualmente, está preso na Casa de Custódia de Maringá (CCM).

Ainda segundo a polícia, o acusado não tem antecedentes criminais, mas a vítima já chegou a registrar queixas do então parceiro outras vezes, mas, posteriormente, recuava da decisão e os casos nunca se tornaram inquéritos e evoluíram para um processo.

Segundo o advogado do suspeito, Allan Reis, ele está arrependido e alega que o fato não passou de um momento de loucura. “Acredito que esse vídeo poderá favorecer o meu cliente, pois há contradições do depoimento dela. A tentativa de estupro não procede”, comenta o defensor. Davi responderá pelos crimes de feminicídio e tentativa de estupro. Como ela estava grávida, o caso pode se agravar, mas ainda será avaliado. Se condenado, está sujeito a pena que varia no mínimo de 15 anos para mais de 20 anos de reclusão.

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