A neuropsicóloga Soyane Marcato esteve neste mês de julho em um Congresso Internacional de Neuropsicologia no Rio de Janeiro, onde participou de um workshop com o Dr. Paulo Mattos, psiquiatra e coordenador do núcleo de estudos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos fundadores da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Confira abaixo o que a especialista umuaramense destaca sobre o transtorno, que atinge principalmente crianças.
“O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância – atingindo 5% das crianças – e pode seguir pela vida toda.
A criança apresenta sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Para dizer que uma criança tem TDAH é preciso apresentar muitas características, entre elas: não escutar o que os outros falam, não se lembrar onde deixou as coisas, falta de concentração na sala de aula, inquietação, ficar sempre mexendo pernas e mãos, não conseguir ficar quieto para ouvir uma história ou então ficar tão entretido com o que gosta que é difícil tirá-lo da frente da TV.
É importante frisar que quando uma criança só demonstra dificuldade de se concentrar em uma situação, por exemplo, na escola, não se caracteriza como TDAH, pois as dificuldades de atenção devem ocorrer em pelo menos duas situações diferentes para que o diagnóstico seja realmente identificado.
O TDAH pode variar de leve a grave (de acordo com a intensidade dos sintomas). A diferença entre o transtorno e uma característica natural da criança está ligada a intensidade do comportamento, da hiperatividade e da impulsividade.
Diagnóstico
A avaliação neuropsicológica tem um grande valor para a conclusão do diagnóstico, inclui diversos métodos e fontes de informação essenciais com base nos critérios oficiais, incluindo histórico, entrevistas sobre funcionamento passado e atual, escalas avaliativas para TDAH, comorbidades psicopatológicas e relatos de prejuízos da parte do paciente e/ou outros que conhecem bem o paciente. A avaliação é composta então por: anamnese (histórico do paciente), observação, testagem neuropsicológica e inventários aplicados em familiares, paciente e escola.
É de extrema importância a identificação do transtorno e o tratamento, pois há inúmeras pesquisas mostrando que o TDAH está associado ao fracasso acadêmico, abandono escolar, acidentes de trânsito, uso de drogas, álcool e divórcio, entre outras situações negativas na vida adulta. Por isso, diagnóstico e tratamentos são tão importantes para que o paciente viva uma vida normal”.
Soyane Marcato no Congresso Internacional de Neuropsicologia, que aconteceu no Rio de Janeiro
Neuropsicóloga - CRP 08/19884
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