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Assentamento de Mariluz conquista Unidade Básica de Saúde

Publicado em 15/09/2017 às 01:40

Mariluz – Nesta sexta-feira (15) foi inaugurado na área rural de Mariluz, no Assentamento Nossa Senhora de Aparecida, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Segundo Francisco Gerônimo, morador do assentamento, toda comunidade esteve envolvida no processo de conquista do posto de saúde. “Aqui a gente está longe da cidade, tem família morando a 25, 30 km de Mariluz,” indicando a dificuldade de não atendimento de saúde pública, em caso, por exemplo, de uma emergência ou longo tratamento.

A obra foi fruto de uma articulação do MST local, do vereador (na época) Ângelo Costa Quintanilha (PT) que também é morador do assentamento, com o deputado federal Zeca Dirceu (PT), a senadora Gleisi Hoffman (PT), o deputado estadual Professor Lemos (PT), e o ministro da saúde na época, Alexandre Padilha. Isso em 2012.

A construção da UBS ficou parada um tempo por falta de recursos, e a comunidade reclamou que todos os atrasos ocorridos, desde de abertura de licitação até completar a obra, seriam por morosidade por parte da última gestão política da cidade, da qual Paulinho Alves (PSDB) foi prefeito. O gestor se defende: “Tudo ocorreu dentro do prazo, o que acontece é que as coisas públicas são burocráticas, e o atraso se deu somente na finalização da obra, porque o governo não repassava os valores para a empresa licitada”.

O morador do assentamento, Francisco Gerônimo, reforça que quem buscou empresas para competir a licitação foram os próprios moradores. “Quase foi perdido o prazo para abrir a licitação, tivemos inclusive o apoio de uma assessor do deputado professor Lemos para agilizar o processo aqui junto à prefeitura, e depois, quando foi aberto o edital, no mesmo dia, nós mesmos do assentamento é que corremos atrás de três empresas para competirem a licitação,” explica.

“Faltavam R$ 115 mil em repasses para a conclusão da obra, e isso se deu mais ou menos no mês de abril, daí pagamos a empresa e a UBS foi inaugurada nesta sexta”, diz o atual prefeito Nilson Cardoso (PSC).

Para a construção da UBS foi importante também a participação da Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários (IEES/CAU/UEM). “A Incubadora já fazia assessoria na cooperativa do assentamento e associação de mulheres, então chegou a demanda de que, para construir a UBS, devia ser feito um levantamento topográfico da área, então nossos alunos da engenharia civil planejaram e executaram isso,” comenta Rickli.

Gabriel Nakamura, aluno participante da Incubadora à época, explica o trabalho realizado no terreno que foi doado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). “Era necessário fazer a locação da obra para que não fosse perdida a verba, mas para que houvesse a doação era necessário que a área fosse marcada, através de conhecimentos de topografia. Dessa forma obteve-se via GPS os vértices do terreno cedido, foi um processo anterior a doação do Incra, e era visível a importância que todos davam pra obra.” Nakamura ainda ressalta a importância de outros discentes e setores da UEM de Umuarama na realização da obra. “O apoio dos professores do Centro de Tecnologia e Ciência (CTC) da UEM, onde é lotado o curso de Engenharia Civil e também ajuda de outro acadêmico Renan Paneco, que na época se dispôs como voluntário a ir em um sábado realizar o trabalho, além da Técnica Paula Grotto, durante todo o processo.”

Enfim, foram investidos 115 mil em mobília, já foram contratados médico, zeladora, enfermeira e dois vigias. Uma obra que foi realizada graças, e principalmente, ao esforço e luta da comunidade local, organizado na manutenção de seus direitos. 

O Assentamento Nossa Senhora de Aparecida produz cerca de 300 mil litros de leito por mês, possui a criação de aproximadamente 4 mil cabeças de gado, além de cultivar cará, mandioca, palmito, entre outros cultivos.

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