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EXTERIOR

Fotógrafa umuaramense conta sua experiência de morar em Londres

Flávia Eloisa relata como viver no exterior pode ser uma experiência fascinante e desafiadora

Publicado em 05/04/2019 às 01:18
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Flavia Eloisa Peloia Guilhote começou a tirar fotografias por hobby e hoje é fotógrafa em um café bar (Foto: Divulgação)

Conhecer um novo país e vivenciar a sua cultura é o sonho de muitas pessoas, porém a experiência é repleta de desafios, ainda mais quando se trata de um país europeu, que está há mais de 8.800 km de nosso estado natal. É preciso dar adeus à família e amigos para viver uma nova vida, como fez a fotógrafa umuaramense Flávia Eloisa, que há pouco mais de 4 anos, resolveu mudar-se para a "terra da rainha". Ela contou ao Portal da Cidade Umuarama como foi sua experiência ao longo destes últimos anos.

História de vida

Flávia Eloise tem 36 anos e é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Paranaense (Unipar). Residiu em Umuarama durante a maior parte de sua vida e começou a viajar aos 15 anos com o objetivo de conhecer novos lugares e descobrir outras culturas. Ela conta que sempre foi apaixonada por novas experiências e em 2015, mudou-se para a Inglaterra. 

Recepção

A publicitária explica que foi recebida por uma grande amiga. "Nós fizemos a mesma faculdade e ela morava na cidade há um bom tempo, quando cheguei, me recebeu extremamente bem. Morei com ela durante 15 dias até encontrar uma casa e me familiarizar um pouco com o novo país. Nós nos ajudamos até hoje, seus amigos se tornam sua família, não é nada fácil estar sozinha em um lugar desconhecido".


Dificuldades

Flávia falou sobre os inúmeros obstáculos que teve que enfrentar com a mudança de vida, principalmente por não saber falar inglês. "Eu não conseguia me comunicar nos seis primeiros meses, e isso me deixou muito triste e desanimada. E o pior, eu ainda cheguei durante o inverno, o que tornou tudo ainda mais difícil, as temperaturas eram muito abaixo de minha zona de conforto e tinham poucas horas da luz solar durante o dia".

Flávia teve que vencer as dificuldades, principalmente no período de adaptação. "Assim que cheguei, comecei a trabalhar em um museu de artes, e era um emprego fantástico, porém comecei a sofrer bullying dos próprios imigrantes que trabalhavam no local e achei que seria melhor me demitir. Esta época foi muito difícil, mas eu tive muito apoio dos ingleses, a discriminação que sofri não era por parte de nenhum deles, pelo contrário, os nativos eram muito compreensivos e educados, e para eles, o bullying é algo muito sério. Depois que sai do emprego, minha vontade era de vir embora a qualquer custo, entretanto fui conhecendo pessoas muito boas e que foram me ajudando a superar tudo aquilo."

Choque Cultural

Ela relatou que teve um choque cultural muito grande, principalmente com relação ao comportamento das pessoas, "Em Londres ninguém costuma discutir assuntos que muitas vezes são polemizados no Brasil, e isso me impressionou muito. Eles não estão preocupados com o que você faz ou deixa de fazer com a sua vida, te respeitam muito como pessoa e sua individualidade, e isso dá muita liberdade para cada um ser como é. Até mesmo as crianças têm um comportamento impressionante, o sistema de educação é tão assertivo que até os pequenos possuem pensamentos e opiniões muito à frente do que eu conhecia". Além disso, a cidade proporciona acesso facilitado ao conhecimento. "Em qualquer lugar que você vá na cidade, é possível ter acesso a cultura, ciência e educação. Há vários museus, castelos, galerias de arte e shows, tudo é realmente muito evoluído." 

Condições de vida

Flávia destaca que as condições de vida no país são boas.

Flavia Eloisa Peloia Guilhote/Fotógrafa

Igualdade

Conheci 15 países trabalhando em um café, lá existe uma igualdade salarial muito grande, independente da profissão, todos ganham aproximadamente o mesmo salário.

Flavia Eloisa Peloia Guilhote/Fotógrafa

A publicitária também explica que não há um interesse tão grande em cursar faculdades por parte dos ingleses, a sociedade não cobra tanto como no Brasil. "As pessoas são satisfeitas e felizes com o trabalho que têm, seja qual for, e isso também me deixa muito feliz." 

Trabalho

A princípio, quando chegou na Inglaterra, Flávia começou a fazer trabalhos voluntários, já que é extremamente valorizado, além de cuidar de crianças e organizou eventos. Atualmente é fotógrafa em um café que também é um restaurante italiano localizado em um parque chamado Battersea, um dos mais conhecidos de Londres. "Meus colegas de trabalho têm muito alto astral, e eu amo o que faço, principalmente por conseguir aplicar meu conhecimento, eu cuido do Instagram, faço a parte de Social Media e crio promoções. Eu tenho uma liberdade muito grade para expor minha criatividade por meio da fotografia e estou me especializando ainda mais no assunto, já que antes eu tirava apenas por hobby."


Café Puttinthepark no Parque Battersea 

Ela também fala sobre a troca de experiências entre os visitantes do café. "As pessoas do mundo todo passam diariamente pelo local, tenho muitos amigos e conhecidos, por lá passam romenos, italianos, poloneses e pessoas dos mais variados países, e eles têm uma curiosidade com relação ao Brasil, então todos acabam falando um pouco sobre suas culturas e a troca de experiências é muito interessante." 

Aprendizado

Flávia revela como a mudança de vida trouxe ensinamentos. "Essa transformação foi uma das coisas mais importantes que aconteceram comigo, me fez uma pessoa melhor. E por isso eu digo, não se fixe em apenas um lugar, seja livre, se liberte e não tenha medo de arriscar. Claro que nem tudo são rosas, geralmente a carga horário de trabalho da maioria dos países é de 10 a 12 horas por dia, e você ainda terá afazeres de casa, ir ao mercado e não tem a ajuda de ninguém. Foi a partir disso que comecei a dar valor em coisas muito pequenas, percebi o cuidado que minha família tinha comigo e como coisas simples fazem falta. Mas se você pensa em morar no exterior, mas não tenha dúvidas que será a experiência mais enriquecedora da sua vida."


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