O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (15), durante cerimônia no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo no País, uma das principais promessas de campanha do presidente da República.
“Como o povo soberanamente decidiu, para lhes resguardar o legítimo direito à defesa, vou agora, como presidente, usar esta arma”, afirmou Bolsonaro, mostrando a caneta.
“Estou restaurando o que o povo quis em 2005”, acrescentou Bolsonaro mencionando o referendo realizado há 14 anos.
O decreto refere-se exclusivamente à posse de armas. O porte de arma de fogo, ou seja, o direito de andar com a arma na rua ou no carro não foi incluído no texto.
Opinião dos umuaramenses
A atual situação da segurança pública no País acarretou inúmeros debates entre grupos pró e contra o armamento. Uma das principais propostas do presidente eleito, o direito de possuir uma arma de fogo em casa e a facilitação do processo, divide opiniões.
Seguidores do Instagram
Em uma enquete publicada pelo Portal da Cidade Umuarama no Instagram, a opinião dos usuários foi discrepante. A enquete foi respondida por 269 seguidores, “Você é contra a flexibilização da posse de armas?”. O resultado mostrou que a maioria dos umuaramenses são a favor, com 58% dos votos.
Nas ruas
Nas ruas, o resultado também se confirma. A maioria dos entrevistados dizem concordar com a medida decretada por Jair Bolsonaro.
O caminhoneiro Luiz Roberto Carrara, de 59 anos, defende que mesmo com a lei do desarmamento, a criminalidade não diminuiu. “O bandido não deixou de andar armado e nem vai deixar, mas sabendo que o cidadão pode ter uma arma ele vai ter receio de assaltar”, explica o motorista, que possui porte de arma. “Graças a Deus eu nunca precisei usar, mas é um direito que deve ser respeitado”, concluiu.
Danilo Cancelieri, de 26 anos, também se posiciona a favor: “todo mundo tem que ter o direito se defender, eu acho que é algo que vai de cada um, quem quiser ter a arma tem que ter essa alternativa”, declarou.
A consultora de vendas Aline Antoniel, de 24 anos, tem uma opinião divergente. “As pessoas são imprevisíveis e perdem a razão facilmente, mesmo com leis rígidas, avaliação psicológica e treinamento, nós vemos diariamente casos e tragédias envolvendo armas de fogo. A mesma arma que o cidadão pode usar para se defender pode para em mãos erradas e tirar a vida de um ente querido. É dever do estado acabar com a criminalidade, ele precisa defender o cidadão e não tornar responsabilidade dele se defender”, argumenta.
Apesar de não ter intenção de adquirir uma arma, o professor Rafael Oliveira, de 29 anos, acredita que é uma questão de liberdade querer ou não ter uma arma. “Mesmo que eu não pretenda ter uma arma, eu acho que não cabe ao Estado intervir. Então sou a favor, mas claro, com critérios rígidos para tê-la em casa”, pontuou.