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Vida no campo

Agricultor de Maria Helena comprova a sustentabilidade da agricultura familiar

Aryosto Brunelli, de 62 anos, comprova que é possível subsistência e a conservação da vida da população na zona rural

Publicado em 24/02/2021 às 22:22
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O agricultor Aryosto Brunelli, de 62 anos, e a esposa, a também agricultora, Valdilene Brunelli, de 54 anos (Foto: Portal da Cidade Umuarama)

O agricultor Aryosto Brunelli, de 62 anos, comprova que é possível o desenvolvimento sustentável e responsável da agricultura familiar, que propicia a subsistência e a conservação da vida da população na zona rural. Nem mesmo um acidente que o deixou em uma cadeira de rodas foi empecilho, e atualmente, ele é exemplo para outros produtores rurais da região de Umuarama.

Nem mesmo a limitação física colocou obstáculo ao desejo de Aryosto Brunelli de ver as suas terras produzindo altivamente

Quando o agricultor nasceu em Maria Helena, o hoje munícipio ainda era Comarca de Cruzeiro do Oeste, e vivia o auge da produção agrícola que tinha como carro-chefe o café, cultura que foi destruída em 1975 pela “geada negra”, resultando no êxodo rural e no fim de um rico ciclo econômico paranaense, que teve os seus cafezais dizimados.

O agricultor fez inúmeros cursos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para aplicar em sua terra

Diante das dificuldades vivenciadas principalmente por seus pais, parentes e demais agricultores, Brunelli não deixou de herdar o prazer pelo cultivo do campo, e após sair para produzir em terras do Tocantins (TO), ele voltou à terra natal e há 18 anos revolucionou um pedaço de terra de 6 mil metros quadrados.

Brunelli não sabe explicar o motivo que impede o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar na região de Umuarama

Da terra da Chácara Deus é Grande nascem milho, verduras, legumes, frutas, eucalipto, mogno africano, e o café, que um dia foi a principal cultura local. “Praticamente a minha família tira todo o seu sustendo nessa produção, incluindo nossa própria alimentação, produzimos de feijão a até cabeças de gado, porcos e galinha”, diz orgulhoso o agricultor.

Produção na Chácara Deus é Grande começou com o processamento da cana-de-açúcar, e hoje tem frutas como o coco

Nem mesmo a limitação física colocou obstáculo ao desejo de Brunelli de ver as suas terras produzindo altivamente. Enquanto realizava sua reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek, popularmente conhecida como Rede Sarah, em Brasília, há 20 anos, após um acidente que resultou na perda dos movimentos das pernas, o agricultor fez inúmeros cursos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Da terra da Chácara Deus é Grande nascem milho, verduras, legumes, frutas, eucalipto, mogno africano, e o café

“Como todo início, foi difícil estruturar a produção da chácara. Começamos com o processamento da cana-de-açúcar, produzindo melado, rapadura, que minha esposa vendia com a ajuda dos meus filhos. Depois, a partir do que aprendi em curso da Embrapa, nos voltamos para o cultivo do maracujá. Chegamos a produzir 70 caixas da fruta por semana, lucrando R$ 3 mil por semana durante o período da colheita”, revelou.

A partir do que aprendeu em curso da Embrapa, agricultor diversificou a produção agrícola em sua propriedade, que fica em Maria Helena

Valdilene Brunelli, de 54 anos, foi fundamental na aplicação dos conhecimentos técnicos obtidos pelo agricultor nos cursos da Embrapa. Até hoje ela é responsável por conduzir o trator que revira a terra para o cultivo e por outros serviços inerentes a uma propriedade rural e que demandam força braçal. “Sem ela e a ajuda dos filhos, que hoje estão com suas famílias, não teríamos vencido e mantido essa chácara produtiva”, agradece o produtor rural, que junto com a esposa, criou três filhos.

Propriedade chegou a produzir 70 caixas de maracujá por semana, gerando um lucro semanal de R$ 3 mil para a família

Brunelli não sabe explicar o motivo que impede o desenvolvimento sustentável e responsável da agricultura familiar das inúmeras propriedades rurais existentes na região de Umuarama, que juntas somam uma imensidão de terras improdutivas. “Já houve, por exemplo, a proposta do cultivo de temperos para o fornecimento a indústrias da região, mas o projeto não foi colocado em prática”, lamenta o agricultor que vai com sua própria força cultivando sua terra.


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