O Programa de Uso Agrícola do Lodo de Esgoto que beneficia agricultores das regiões de Campo Mourão e Umuarama está completando 10 anos de aplicação. Nesse período, a Sanepar, com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), destinou gratuitamente mais de 26 mil toneladas de lodo, aplicadas em 2.800 hectares de área cultivada, atendendo mais de 100 agricultores em 29 municípios da região.
Rico em matéria orgânica e nutrientes, o lodo tem sido utilizado nas culturas de amoreiras para o desenvolvimento do bicho da seda, aveia e sorgo (cobertura/palhada), na cafeicultura e no desenvolvimento de seringueiras, citrus, palmito, soja e milho.
Mas, antes de ir para o campo, o lodo é tratado com cal virgem e higienizado. Passa por análise de cerca de 70 parâmetros relacionados ao potencial agronômico, substâncias inorgânicas e orgânicas, agentes patogênicos e estabilidade, de forma a comprovar sua segurança sanitária, ambiental e qualidade agronômica. Na Região Noroeste, a Sanepar mantém unidades de gerenciamento de lodo (UGLs) em Umuarama, Cianorte, Campo Mourão, Ubiratã e Goioerê.
“Mesmo tendo grande concentração de nutrientes, o lodo não pode, por exemplo, ser aplicado em pastagens, culturas de tubérculos, raízes e em hortas”, explica o agrônomo da Sanepar na região Noroeste, Marco Aurélio Knopik. Segundo ele, é preciso seguir a legislação estadual (Sema 021/09) que rege a aplicação do lodo no Estado do Paraná.
O engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, Antonio de Pádua Salvado, afirma que a rentabilidade e a produtividade obtidas com o uso do lodo são perceptíveis já no primeiro ano de utilização. “Na agricultura familiar, o lodo soma muito. Promove restruturação e melhorias na qualidade do solo e com custo zero”, afirma Pádua.
De acordo com ele, o lodo ajuda a equalizar o solo, exterminando as manchas e apresentando melhorias nas questões químicas. “A qualidade do lodo altera positivamente o movimento microbiano promovendo aumento da fertilidade”, ressalta.
Um dos agricultores beneficiados é Caurentino Valentim Castelli, que cultiva soja e milho e obteve, com o lodo de esgoto, aumento em torno de 10% a 15% de produtividade em comparação com o uso de outros produtos. Ele e o engenheiro agrônomo que atende sua propriedade, Murilo Castelli, afirmam que o manejo do lodo é equiparado à correção e manutenção da fertilidade do solo.
Mais informações sobre o programa no Estado do Paraná podem ser solicitadas pelo e-mail lodoagricola@sanepar.com.br.